Caminhando pela Ponta de São Lourenço - Madeira
Caminho bem diferente das levadas, mas uma
muito agradável surpresa, pois a paisagem é em tudo diferente, e muito valiosa
pelos penhascos que revelam as várias camadas que permitiram a formação desta
ponta.
A vegetação aqui é mais limitada, sendo a
paisagem mais árida, pelo que é sempre aconselhável a utilização de proteção
para o sol.
O caminho é sempre efetuado por um carreiro,
muito movimentado, mas sem dificuldades na progressão. A cada ponto que passa
temos mais um motivo para fotografar, sejam as Ilhas à frente, a ponta com o
farol, ou olhando para trás e tendo uma vista para o restante da grande Ilha da Madeira.
Existem algumas geocaches no nosso caminho,
que vão também permitindo uma progressão com objetivo de as alcançar, sendo que
algumas são do tipo EarthCache, dando-nos informação sobre a forma como algumas
zonas foram formadas, ou como as diversas camadas que se dispõe nestes declives
tiveram origem.
Em termos de percurso, temos alguma informação
mais detalhada:
“A vereda de 4 Km,
com duração 2:30 horas, explora a península de São Lourenço. O caminho é
ondulante, está em boas condições e permite observar as paisagens de arriba da
ponta Este da ilha.
O trilho percorre a Ponta de S. Lourenço,
península mais a Este da ilha da Madeira, batizada com o nome da caravela de
João Gonçalves Zarco, um dos três descobridores da ilha da Madeira.
Esta península
é de origem vulcânica, na sua maioria basáltica, existindo também formações de
sedimentos calcários. No seu seguimento temos dois ilhéus: o ilhéu da Cevada,
da Metade ou dos Desembarcadouros, o ilhéu da Ponta de S. Lourenço, do Farol ou
de Fora.
A península
está classificada de reserva natural parcial e o ilhéu do Desembarcadouro de
reserva natural integral. Toda a área terrestre e a área marinha adjacente à
costa Norte, até à profundidade dos 50 m, integram a rede europeia de sítios de
importância comunitária - Rede Natura 2000.
O clima
semiárido e a exposição aos ventos do Norte determinam o desenvolvimento da
vegetação rasteira e a ausência de árvores, diferindo do resto da ilha e
constituindo um verdadeiro património natural. Aqui encontra-se o andar basal
da ilha da Madeira em melhor estado de conservação e várias plantas raras e
endémicas.
Das 138
espécies de plantas atualmente identificadas na península, 31 são exclusivas da
ilha da Madeira (plantas endémicas). Ao nível da fauna destaca-se uma das
maiores colónias de Gaivotas (Larus cachinnans atlantis) da Região, que
nidifica no ilhéu do Desembarcadouro.
Ao longo do
trilho é frequente avistar várias espécies de aves como o Corre-caminhos
(Anthus bertheloti madeirensis), o Pintassilgo (Carduelis carduelis parva), o
Canário-da-terra (Serinus canaria canaria), o Francelho (Falco tinunculus).
Neste local também nidificam aves marinhas protegidas como a Cagarra
(Calonectris diomedea), o Roque-de-castro (Oceanodroma castro), a Alma-negra
(Bulweria bulwerii) e o Garajau-comum (Sterna hirundo). Para além das aves
existe uma espécie de réptil terrestre a lagartixa (Lacerta dugesii), único réptil
terrestre da ilha, que nesta zona é abundante. Outro dos aspetos interessantes
deste local é a existência de um número elevado (24) de endemismos de moluscos
terrestres, vulgarmente designados de caracóis.
No fim do
percurso existe um edifício, a casa do Sardinha (nome de família dos antigos
proprietários), dando apoio aos vigilantes do serviço do Parque Natural da
Madeira, responsável pela vigilância desta área. No final poderá dar um
mergulho no cais do Sardinha. Na linha do horizonte temos a Sul as ilhas
Desertas e a Norte as ilhas do Porto Santo.”
Não se trata de um caminho circular, pelo que
o regresso ao ponto de partida é feito pelo mesmo caminho, no entanto neste
regresso estamos virados para a Ilha da Madeira, permitindo ter uma perspetiva
totalmente diferente.
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