Uma primeira abordagem

Ontem, num dia em que ainda foi possível sair com a família, para dar um pequeno passeio pelas redondezas, sim, porque isto dos passeios, para além daqueles que poderemos fazer a pé, mas sem exagerar para não gastar as solas dos sapatos, não teremos muitas possibilidades de os continuar a fazer, pelo menos com a frequência que gostaríamos. Voltando ao passeio, encontrámos uma casa, que provavelmente em tempos já foi uma casa senhorial, que já foi habitada por gente mais abastada, com muitos empregados, enfim, que certamente já viu bons momentos, encontra-se ao abandono.

Ao olhar para este património, verificando que o mesmo, com o devido aproveitamento, poderia ser uma mais valia, verifico também o estado a que nós deixamos as coisas chegar. Costumamos procurar culpados por tudo e por nada, sendo que no final ninguém é responsabilizado por nada, mas de facto todos contribuímos para a degradação a que este país chegou, uns mais directa e conscientemente, que agora olham de cima para baixo com a arrogância de quem tudo sabe e tudo pode dispor, e outros que pela sua omissão agora se vêm privados de algumas "conquistas" que julgavam adquiridas, mas que vão vendo fugir com o passar do tempo.
Não sei se é por sermos latinos que temos esta sina de deixar andar, de olhar primeiro para o que podemos obter para nós e só depois do que pode ser feito para o bem da sociedade, de facto já não sei nada, porque se olharmos em redor todos estão a viver dificuldades.O nosso problema é que há mais de uma década que vemos isto a andar para trás, e quando se anda tanto em sentido contrário certamente que não podemos ficar contentes (embora tenha a ideia de uma festas e uns "copos" deixavam muita gente sem crise...).
Também passei perto de um parque Eólico, uma das nossas mais recentes conquistas, e que fruto da economia global que temos em vigor ao invés de nos parecer o futuro, parece mais uma despesa insustentável, porque existem muitos e variados meios de obter energia eléctrica sem estes custos... mas isto só é assim fruto de negócios em que apenas uma das partes tem o beneficio assegurado.

Gostava de poder acreditar mais naqueles que têm nas suas mãos o limitado (nos dias de hoje é assim, os senhores que emprestam é que mandam - devíamos mudar este paradigma, porque eles nada produzem, se calhar se voltássemos à troca directa, cada um trocava o que produzia, queria ver o que nos iria oferecer um banqueiro...ou melhor, um especulador...) poder de decisão, mas não creio que tenhamos qualquer hipótese. A nossa "salvação" só virá se o conjunto das populações, ao sentirem-se afectadas cada vez mais no seu intimo, verificarem que talvez tenham algum poder, não o poder de lutar, de fazer guerra, mas o poder de decidir, e isso faz-se no momento certo, tomando a iniciativa, intervindo, e tomando um partido.




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