O tempo

O tempo, aquele que corresponde à diferença entre dois momentos diferentes, sejam eles mais curtos ou com uma maior distância, passa por nós com uma rapidez que por vezes, demasiadas vezes, nos faz esquecer ou a não perceção das pequenas coisas, que no final farão toda a diferença.

Esta semana, ao olhar para um trabalho escolar, reparei numa estatística, que me pareceu interessante, não pelos melhores motivos, a esperança de vida nos Estados Unidos da América é inferior à que temos atualmente em Portugal. Será que somos um país assim tão desenvolvido, ou será que temos um melhor sistema de apoio à população em geral, aquela que permite ter boas médias em estatísticas? Não sei, mas certamente que se olhássemos para aqueles países em que a selvajaria do capitalismo vai tomando conta de tudo, então iriamos ficar com uma análise que provavelmente seria engraçada, talvez aquela pequena percentagem de afortunados tenha uma esperança de vida bem superior à restante população.

É pena que a natureza humana esteja a seguir um caminho que nunca irá dar bom resultado.

O nosso tempo por cá é limitado, embora durante a existência terrena, em que os diversos átomos se conjugaram por forma a dar vida aos seres que somos, seja algo que não é aproveitada para deixar algo melhor para os que terão a oportunidade de viver a seguir. A existência opulenta, e exagerada que alguns fazem dos recursos que lhe são dispensados pelo planeta, é também ela limitada ao tempo… depois, os átomos tomam outra forma, e quem sabe se não se irão conjugar com outros, de outras origens…

Enfim, nada é eterno, e quem domina o mundo sem nada produzir, sem nada construir, certamente que terá o mesmo final que todos nós, que pertencemos aqueles que necessitam de se ajustar… ajustar a quê?

Todos temos direito a uma opinião, e todos gostaríamos de ver um amanhã melhor, e a pena que tenho é que o passado não foi bem governado, o presente também não o é, e as desculpas dos erros / crimes dos outros não podem ser o motivo das nossas ações. Embora eu, pessoalmente, tenha a certeza que assim não o é, mas existe uma cobardia enorme, que impede aqueles que tomam as decisões, de as fundamentar com os seus verdadeiros argumentos, pois esses certamente são muito cruéis e acima de tudo injustos para a grande maioria da população.

Nunca pensei que o momento presente, em termos de expectativas pudesse ser tão mau, mas tenho de dar os parabéns a quem nos governa, porque não só conseguiu ir muito para além das piores expectativas, e ainda faz melhor, não nos permite sequer vislumbrar a luz ao fundo do túnel. Apesar dos grandes indicadores estarem a ser, supostamente, melhores do que seria imaginável, quem é que os está a ver como bons fatores, no seu dia-a-dia.

Teria mais de mil considerações negativas sobre a degradação, de alguém que trabalha, que paga impostos, segurança social, e ainda não falhou com qualquer prestação / pagamento com o qual se tivesse comprometido, mas será que vale a pena? 

Comentários

  1. É revoltante! Todos os dias me questiono para onde caminho... todos os dias tento vislumbrar a dita luz. Todos os dias chego à mesma triste conclusão, não há luz próxima... E assim nos vamos vergonhosamente habituando a esta escuridão, do viver um dia de cada vez, à espera de algo que não sabemos sequer, já o que é. Viver os nossos dias está a ser uma obrigação... Uma Era que se prometia tão próspera, (assim se embrulhava o capitalismo), está a tornar-se num desrespeito total pela condição humana! (Belo texto, Vieira!)

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