As últimas
Nem
sei por onde começar, porque a cada dia que passa as incertezas e desventuras
deste meu amado Portugal levam-me a sentimentos díspares. Tento compreender
todos aqueles que se batem pelas ideias de sermos regrados, não irmos para além
das nossas possibilidades, enfim, de conseguirmos um equilíbrio financeiro. Em
teoria não posso estar mais de acordo com estas ideias, porque só conseguimos
progredir se tivermos um balanço positivo, ou não negativo, entre as despesas e
as receitas. O grande problema que se coloca, do meu ponto de vista, passa
antes por termos uma movimentação de recursos, que no nosso país, desde
determinada altura, estavam a ser distribuídos de forma mais igualitária entre
toda a população, embora confesse não concordar com determinados excessos que
se foram cometendo ao longo de vários anos, porque uma redistribuição terá
sempre que ser justa, e implicar uma retribuição, seja ela qual for, pois caso
contrário estamos a criar um conjunto de pessoas que consegue tudo sem nada ter
feito, em termos de esforço laboral, para tal.
Atualmente,
e com este domínio de políticos, talvez por cá, talvez em várias localizações
deste planeta, o que temos é um conjunto de pessoas com recursos financeiros,
que através desses mesmos recursos vão obtendo ainda mais recursos, sem
qualquer esforço em produzir o que quer que seja. Claro que isto terá um final,
e não será bom para ninguém, e provavelmente para o planeta também não, pois a
desenfreada procura de lucro leva à total degradação, quer da população, quer
dos recursos naturais.
Não há
soluções simples, é algo que estes dois anos de gravidade extrema me fizeram
compreender. Por vezes até me sinto um privilegiado por ter trabalho, mas
quando o que recebo no final do mês começa cada vez a recuar, a recuar… o valor
das despesas, para o mesmo nível, ou para um nível muito inferior de consumo, é
de forma soberba mais elevado, deixa-me perplexo e pergunto a mim mesmo qual é
a ideia de quem atualmente governa? Já me perguntei várias vezes, será que são
os nossos credores que são / foram os seus eleitores?
Tenho
pena, lamento imenso isto tudo, especialmente porque há muitas gorduras no
estado (frase emblemática do nosso PM em campanha), e essas em grande parte
continuam lá, e vão continuar, porque os membros do seu partido vão continuar a
necessitar de ser pagos ao fim do mês, tal como os dos partidos do arco do poder, e talvez como todos os
outros… embora aqui seria injusta uma crítica tão explícita àqueles que estando
mais à esquerda, ou mais à direita (e tenho pena que não haja um leque mais
alargado à direita, porque a diversidade é boa) nunca estiveram em condições de
“deitar a mão ao tacho”.
Assim,
é mais fácil impor a quem trabalha contribuições maiores, pagar-lhes menos,
faze-los implorar por trabalho, e com uma subtileza de génio, colocar os
funcionários públicos contra os funcionários do setor privado, os empregados
contra os patrões, os mais idosos contra os mais novos, … No entanto, há um reduzido
número de entidades, portadoras de créditos e de dinheiro, que vão continuar a
extrair os poucos recursos que ainda dá para alguns irem sobrevivendo.
Nos
dias de hoje não temos povo para fazer revoluções, nem país com capacidade para
tal, mas temos votos, por enquanto continuamos a ter votos!...
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