Drave!
A magia desta aldeia começa quando temos acesso a algumas
histórias dos últimos residentes que por aqui habitaram, pela forma como o
acesso é efetuado, havendo sempre, mesmo sempre, a necessidade de percorrer
pelo menos uma parte (maior ou menor, de acordo com o tipo de transporte) do
caminho a pé. No nosso caso, partindo de Regoufe, foram cerca de 4Km para cada
lado.
Tento imaginar como seriam as paisagens aqui existes previamente
ao grande incêndio que assolou esta zona em 2016, mas é complicado. As serras
encontram-se agora todas despidas de vegetação, existindo ainda alguns pontos
verdes, junto ao rio, que foram resistindo. Mas, mesmo sem a vegetação, pela
forma, pela rudeza do terreno, são paisagens que nos ficam na memória.
O caminho, para Drave, faz-se sem grande dificuldade, sendo mais
complicado o regresso (é mais a subir). A aldeia, atualmente base nacional para
os escuteiros, e sempre com a sua presença por lá, está abandonada, quase que
totalmente em ruinas, mas com algumas casas a ganhar vida devido à intervenção
dos escuteiros, que apenas com o seu trabalho vão tentando dar vida a este
local.
A agua que por aqui passa, oriunda de dois pequenos rios,
transparente, e com algumas quedas de água, transforma esta aldeia ainda num
local mais mágico. Num dia de verão a passagem por cá tem tudo para ser
memorável.
Passando por aqui fica a vontade de voltar novamente, porque ainda
há muito, por estas montanhas, para se descobrir.
Compreende-se que ninguém hoje em dia é obrigado a passar por
privações ou viver com mais condicionantes, forçando a sua residência em locais
remotos como este, mas é de lamentar que as “Draves” deste Portugal aumentem, e
de forma exponencial, uma vez que em muitas aldeias restam apenas pessoas de
maior idade, levando ao aparecimento de grandes zonas despovoadas, e onde a
beleza natural é deslumbrante.
Não sei de uma formula para enviar de volta a todos para criar
aldeias mais povoadas, libertando também o excessivo povoamento das zonas mais junto ao litoral, mas era importante tentar preservar os locais que são "mágicos", e é uma pena chegar e cada vez encontrar menos gente...
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Finalmente, um percurso no cimo do monte que se encontra pertinho de Regoufe, onde foi necessário caminhar, subindo, até chegar ao vértice geodésico que aí existe, e encontrar a cache que nos foi proposta neste desafio.
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