PR7 (PMS) Corredoura

Percurso pedestre de Pequena Rota PR7 (PMS) - Corredoura, no concelho de Porto de Mós.



Este percurso foi efetuado no inicio de Janeiro de 2017, onde o tempo foi um grande aliado, permitindo que a caminhada fosse efetuada sem quaisquer dificuldades.


Apesar de existirem as marcações do PR, as mesmas já estão muito desgastadas, ou mesmo eliminadas nalguns pontos, pelo que me parece que o PR7 deverá ter sido "subtituido" por uma ciclovia, que está muito bem concebida, mas é um percurso linear... o que me parece uma pena não se aproveitar o PR e também a ciclovia.


Começamos a caminhada por caminhos de terra batida, optando por deixar a antiga linha de comboio, mais linear, para o final.


É um percurso interessante, sem cursos de água, mas com 2 ou 3 fontes no caminho, com uma paisagem típica de Serra Cálcaria. Numa parte ainda temos uma vista previligiada para a localidade Porto de Mós.


Uma descriação:
O percurso tem início alguns metros após o campo de futebol da Bezerra e desenvolve-se, predominantemente, ao longo dos trilhos da antiga linha de caminho de ferro que fazia o transporte de carvão das minas da Bezerra para Porto de Mós. É um percurso bastante diversificado e representativo em termos de flora e fauna e, particularmente, em termos geomorfológicos.
A primeira metade do percurso desenvolve-se ao longo da linha superior, durante o qual a olhar é empurrado, inevitavelmente, para o vazio a nascente, até parar nas encostas do Cabeço dos Carvalhos, Cabeço Gordo e Cabeço Vedeiro, onde se inscreve a Cisterna Coletiva de Serro Ventoso - mancha retilínea esbranquiçada da rocha descarnada e o rendilhado geométrico dos muros de pedra.
Para poente, encostada ao trilho, a encosta abrupta da serra da Pevide reveste-se de arbustos onde domina o carrasco (Quercus coccifera), acompanhado por vezes de algumas azinheiras (Quercus rotundifolia), sargaços e exemplares de roselha-grande (Cistus albidus) com as suas bonitas e frágeis folhas rosas.



De repente, o cenário muda por completo: os cortes na rocha para a instalação da linha, definem, a certa altura, corredores sombrios em cujas paredes se podem observar plantas especialmente adaptadas a locais sombreados, frinchas na rocha são, a pouco e pouco, conquistadas por plantas rupícolas (i.e. que surgem em zonas pedregosas). Alguns fetos - a douradinha Ceterach officinarum e o avencão - encontram ali condições vantajosas para se desenvolverem.



No culminar da linha superior, o túnel - a escuridão para chegar de novo à luz do sol. O horizonte cresce para o mar e, mesmo no topo norte da serra dos Candeeiros, os moinhos assinalam a cumeada. Um parque de merendas convida a uma pausa antes de iniciar a descida pela linha inferior.


O percurso atravessa uma mancha de carvalho lusitano que desce da meia encosta até ao vale, com o qual convivem medronheiros (Arbutus unedo) e folhados (Viburnum tinus) de grandes dimensões. Rente ao solo, a pervinca (Vinca spp.) estende tapetes verdes, brilhantes, salpicados de flores lilazes.
No vale, os terrenos agrícolas conquistados ao carvalhal pelas populações, estão, atualmente, ocupados com olivais ou pomares de macieiras. Aqui e ali, junto ao bosque, surgem novelos de madressilvas em parceria momentânea com alguns eucaliptos.




Abandonando a linha, segue-se pelo fundo do vale contornando a imponente Pena Alagada, salpicada de cascalheiras e revestida pelo magnífico carvalhal, até atingirmos a linha superior e o ponto de partida.








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