Um dia pelos passadiços do Paiva


A incerteza quanto às condições do tempo leva-nos a que neste período do ano nem sempre tenhamos a certeza das escolhas que vamos fazendo.

Os passadiços do Rio Paiva são um dos pontos altos para quem gosta de passear e estar em contacto com a natureza. É algo de novo, que permite a quase todos desfrutar de um passeio muito agradável por locais que de outra forma seriam muito inacessíveis.

A visita já estava marcada há algum tempo, mas nunca sabemos se vamos ter sorte ou azar com as condições que vamos encontrar. E assim foi, à medida que se ia aproximando o dia marcada, o tempo ia piorando, e todos os companheiros de viagem iam olhando para os prós e contras, e fazendo uma avaliação sensata iam deixando para melhor oportunidade esta caminhada. No último momento, bem cedinho, olhamos lá para fora, e depois de ver que tinha chovido toda a noite, que continuava a chover… mas que as perspetivas, pelo menos para a parte da manhã, nos davam alguma esperança, ponderamos em partir rumo a Arouca, e se não chovesse muito, íamos mesmo fazer a caminhada nos Passadiços do Paiva.

Ao chegar a Areinho seguimos um autocarro, e depois verificámos que existia mais gente com a mesma predisposição de partir para esta caminhada, desafiando a possibilidade de apanhar com mau tempo pelo caminho, e aí logo que as nossas dúvidas desapareceram e só havia um caminho, os passadiços.

No inicio parámos no pequeno café que temos junto ao rio em Areinho, onde para além do café, também provámos um bolo caseiro, muito saboroso e que nos deu mais alento para seguir.
O percurso começa junto ao rio, com os passadiços a surgirem bem depressa, numa primeira fase sem subidas, até que chegamos à ponte de Alvarenga e aí temos uma primeira geocache, (Rio Paiva - Ponte de Alvarenga ) que nos afasta um bocadinho do caminho, mas que nos permite observar com mais detalhe o rio a passar por entre estes montes, na Garganta do Paiva.

Depois vem a grande subida, que nos faz chegar ao ponto mais elevado deste percurso, e coincide também ele com o ponto de controlo de acessos ao passadiço, e ao longo desta subida temos logo uma fantástica perceção da paisagem que vai ficando para trás.

Segue-se uma breve passagem junto a uma grande cascata, cascata das Aguieras, onde temos uma cache (Nas curvas do Paiva - Miradouro Garganta do Paiva ). É uma das maiores cascatas que tive oportunidade de ver ate hoje, e num dia que sucedeu a vários dias de chuva, tem ainda uma imponência maior.

A partir daqui é sempre a descer, sendo que esta primeira descida é uma verdadeira encruzilhada, mas é também aquela que permite a fotos mais emblemáticas do percurso, com o rio sempre lá em baixo, por entre curvas, e com muita, muita corrente, nesta altura do ano.

O percurso vai-se prolongando, sempre junto ao rio, ora mais cá em baixo, ora mais em cima, mas sempre com uma vista muito privilegiada para o curso do rio Paiva.

Dos diversos pontos por onde passamos destacam-se
Ponte suspensa – pelas fotos que tinha visto esta ponte parecia-me um ponto de interesse fantástico, e não desilude… mas é uma ponte para lado nenhum, especialmente para quem está a fazer os passadiços, pois só serve mesmo para tirar umas fotos, uma vez que o percurso segue do lado de cá da ponte.

Nas curvas do Paiva - Praia Vau [Geoparque Arouca]  - um local muito agradável, e com uma pequena queda de água junto ao rio, num pequeno afluente, que dá um encanto especial a este local.

Nas curvas do Paiva - Rápido da Parede  - ponto interessante, com a água a correr em grande velocidade, onde não avistámos ninguém a desafiar o rio, mas as condições também eram muito extremas, talvez noutra altura, com menos corrente e com menos água.

Nas curvas do Paiva - Rápido do Salto  - este local, para mim, e dadas as condições atmosféricas, foi sem dúvida o ponto alto, pois tem um miradouro que está mesmo dentro do rio, em que parece que estamos mesmo dentro do “Rápido”… deu para imaginar como seria passar por ali, mas não com a corrente que estava neste dia, que comparada com fotos, notava-se que era muito mais radical do que o habitual.

Falha da Espiunca – Já na Espiunca temos ainda oportunidade de visualizar este fenómeno geológico, bem visível nas rochas do outro lado do rio, e muito bem documentado em placar informativo.
É um passeio muito recomendável, para todos, de todas as idades, mas com a devida calma, de acordo com o estado físico de cada um, para realizar sem pressas.


No final, temos ainda que saborear a gastronomia local, que no nosso caso foi em Arouca, e que nos faz ter ainda mais vontade de voltar novamente as estes belos locais, porque motivos não faltam.

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