A nossa situação atual


A nossa situação atual quase que não necessita de ser abordada uma vez que quase tudo o que é comentador, quer seja politico, ou pior, economista, está sempre a abordar estes assuntos e a opinar com teorias da inevitabilidade dos acontecimentos.

Feliz ou infelizmente inevitável e certo apenas temos a morte, isto independentemente das nossas crenças ou falta delas.
Estando agora no mês de Junho de 2012, aquele em que muitos dos nossos funcionários públicos recebiam o “privilégio” que era o subsídio de férias, e que este ano vai para ajudar a pagar juros de uma dívida que todos nós contraímos (embora eu continue a achar que apenas sou responsável pela dívida que conscientemente assumi…), começa a notar-se alguma reação das pessoas, que parece que até estavam adormecidas, e que agora ao sentir a falta de algo que tinham como certo vão ter muito mais dificuldades para cumprir as suas obrigações.

Questiono-me sobre a qualidade dos políticos que temos atualmente a governar o país (e os que já lá passaram não merecem sequer uma análise, mereciam apenas um julgamento justo pelo que fizeram e lucraram indevidamente), pois acredito que têm intenções muito pouco claras para com a generalidade da população, pretendendo fazer retornar Portugal aos tempos em que tínhamos uma classe social muito privilegiada, detentora exclusiva de todos os bens (penhora de bens aos particulares mais endividados pela crise e aproveitamento da classe com mais poderio financeiro para aumentar o seu espolio – habitações que deixam de pertencer ao comum dos cidadãos e passam para as mãos de um conjunto limitado de pessoas que as arrenda depois), e a restante população era iletrada (desinvestimento atual na educação), o trabalho não qualificado e mal pago (o não qualificado já não é tão aplicado, embora o rumo atual vá nesse sentido – mal pago sim…), uma crescente diferença entre os rendimentos de uns quantos iluminados (como é possível um gestor ganhar o equivalente a 100 empregados e de cada vez que abre a boca diz asneira?).

Era bom que começássemos a pensar o que podemos fazer para mudar isto tudo. Certamente que não o poderemos fazer sós neste país, terá que haver uma mudança mais global, mais abrangente, por forma mudar o paradigma que nos governa e que faz com que um grupo limitado de seres (dizer que são humanos é relativo, dada a sua incapacidade para produzir algo para o bem comum) vá subindo ao topo de uma pirâmide e a partir daí vá explorando cada vez mais os elementos que se encontra abaixo, esmagando aqueles que se encontravam a meio em direção ao fundo. O óbvio disto tudo é que podemos fazer a diferença, sem contestar, sem guerra, sem qualquer problema, basta na altura de votar ir-mos noutra direção, e não interessa se é para a esquerda ou para a direita, desde que deixe de fora, e bem de fora, aqueles que têm governado e usufruído de todas as mordomias durante os últimos anos / décadas. Talvez se estes também tivessem de fazer pela vida, quem sabe trabalhar, pudessem um dia voltar e ser melhores governantes?

A nível pessoal, resta-me dizer que o nosso grande e mais que bem visto ministro das Finanças está a fazer um excelente trabalho, pois não há entidade credora que não o elogie… mas eu como sou mais devedor não estou assim tão feliz, porque sou devedor mas até agora sempre cumpridor, e não gostava de deixar de o ser, mas será que o Gaspar não me vai tirar os rendimentos que me permitam cumprir com as obrigações? Será que não me vai cobrar mais impostos para ficar sem a habitação?

Toda a comunicação social nestes pais tem, até ao momento, feito um excelente trabalho em prol deste governo, não vi até agora um único noticiário referir-se ao facto de neste momento já ir com 40 dias desde que entreguei a declaração de IRS e ainda não me foi restituído o valor que me é devido, quando no ano anterior apenas foram necessários 19 dias?

Espero que não demore muito a que a população veja o erro que cometeu ao votar neste conjunto de seres inqualificáveis, e que pelo menos vá diminuindo o apoio que lhes dá nas sondagens, porque só isso já me fazia ter alguma esperança num futuro melhor!

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