Uns anos para trás

Apesar de ultimamente tentar encarar tudo o que se passa por cá com uma outra atitude, deixando de lado aquele sentimento de estarem quase constante desacordo com as opções que nos têm sido impostas, existe sempre algo que me faz lembrar que afinal as coisas não estão de forma a que possam ser ignoradas.
De forma ocasional ouvi uma reportagem na rádio, na Antena 1, http://www.rtp.pt/programa/radio/p1043/c80226 , em que se relata um excerto de uma vida de um casal, desempregado, com 3 filhos, e que me fez lembrar de algumas situações vividas há mais de 30 anos... e fiquei a perguntar-me como é que isto é possível? Como é que andamos este tempo todo com a expectativa de que havíamos, pouco a pouco, de recuperar alguns dos atrasos que tínhamos para os países mais desenvolvidos, e agora, pura e simplesmente vamos deliberadamente empobrecer...
Ao contrário de muitos, daqueles que hoje são laranjas, que ontem foram rosas, que um dia foram vermelhos, etc... não creio que a culpa desta situação se deva a um sistema ou a uma crença politica em especial, deve-se essencialmente à natureza humana daqueles que nos têm governado, que só pretendem enriquecer-se a si próprios e aos seus.
Não consigo compactuar com a ideologia para a qual não tenho palavras, do nosso actual governo, que defende um estado sem estado, uma regulação inexistente, o vender tudo o que for possível para depois, quando abandonarem o governo irem para o outro lado administrar o que venderam. Por contra-senso com o que actualmente é dominante, se calhar até nem era mau que um país que actualmente está em alta comprasse tudo o que temos cá para vender, e depois viesse cá governar isto, com o mesmo sistema politico que tem na sua origem, que gostava mesmo de ver onde é que os defensores do mercado livre e desregulado se iam orientar num regime idêntico ao da China.
Já não suporto este governo, de facto nunca suportei, mas custa-me ver este povo dominado, resignado, aceitando tudo o que lhe é imposto sem nada fazer em oposição.
É natural que sacrifícios são necessários, e compreendia melhor a parte que me é imposta se o mesmo fosse para todos, para tudo. Porque uma EDP, uma GALP, etc... não têm que contribuir para o défice do estado com mais 15% dos lucros anuais, porque é isto que um trabalhado vai doar ao Sr Coelho? (e sim, eu sei que o Sr filosofo de Paris é culpado, tal como o Sr. Durão da comissão, como o Sr... enfim...)

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