2012 - Fim do Mundo?

Agora que 2011 chegou ao fim é sempre uma boa oportunidade para se fazer um balanço, e olhando para trás, tendo uma atitude conformista, nada melhor que encarar como tendo sido um bom ano, afinal estamos vivos, ainda temos alguma saúde, a guerra ainda não chegou cá... Apesar se não ser esta a minha ideia, e de por vezes ficar descontente quando os outros tentam encarar a vida desta forma, embora deva concordar que assim não são tão infelizes, pois ver sempre a parte boa não nos deixa tão tristes, tão sem esperança. O facto é que o ano que passou não foi assim tão negativo.
O que mais me preocupa neste momento não é tanto o que já passou, porque quanto a isso nada há a fazer, embora a História nos diga que se deve aprender com os eventos passados, mas por outro lado a humanidade está constantemente a cometer os mesmos erros (nem sempre da mesma forma, mas sempre em guerra, em disputas, em querer ser / ter mais que o outro, ...). As expectativas para o que aí vem é que não são nada boas.
Neste momento nem consigo ter uma ideia de quem tem razão ou de qual é a melhor solução, porque dada a teia em que todos nos metemos, e embora não concorde com esta culpabilização geral, porque não faz sentido que sejamos todos culpados pelas decisões tomadas apenas por alguns, somos responsáveis pelas que tomamos a nível individual, e agora talvez tenhamos também de não cumprir o que nos comprometemos, não por nossa iniciativa, mas devido a um estado comilão, que tudo nos leva... Mas, já que estamos no buraco, o melhor é ver se a luz está algum lado...
 
Eu gostava que os Portugueses soubessem ou tentassem dar o melhor, cada um a nível individual, para que o futuro fosse melhor, mas não sem que lhes seja apresentada uma perspectiva de que algo vai mudar para melhor. Isto de nos sacrificarmos para... digamos, nada. Não me parece uma boa perspectiva.
É claro que tudo isto acontece porque a nossa sociedade está completamente manipulada, e não mostra pelo menos a indignação com o que lhe está a acontecer.
 
Se um qualquer governo passar a ter um apoio popular igual ou inferior a 20% dos potenciais eleitores talvez mude um pouco de atitude, mas isto não tem que ser um exclusivo de Portugal, deveria ser algo comum a todas as sociedades democráticas, em que se deveria manifestar o descontentamento pelo voto, ou em alturas intercalares, em que não há eleições, pela sua intenção de voto. Agora que melhor conforto pode um governo se está a empobrecer o seu povo deliberadamente e ainda continua a ser "amado"?
 
Não posso dizer que esteja feliz com o novo ano, não estou! E isto acontece especialmente porque sinto que provavelmente terei mais dificuldade em viver de uma forma normal. Por vezes pensamos que seria melhor trabalhar mais, mas quando um país está a andar para trás, a não criar emprego, o que vamos fazer mais?
Neste momento a esperança de um futuro melhor é quase nula, mas felizmente ninguém é eterno, nem mesmo os mercados, e esses um dia também terão o seu fim.

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