Opiniões, opiniões e mais opiniões…

Com a indefinição causada pelas eleições que ocorreram no dia 4 de Outubro, é complicado ouvir tantas opiniões, cada uma com um determinado sentido, mas poucas são aquelas que realmente têm algum conteúdo que possa na realidade ser compreensível, ou mesmo significativo para o dia-a-dia das pessoas comuns.
Dum lado, digamos, daquele que se encontra na localização mais para a nossa direita, temos uma posição de “menino birrento”, a quem lhe dizem que afinal vai ter de partilhar o brinquedo com os outros, mas ele diz que não, “é meu, fui eu que o ganhei, …”. Uma explicação desta forma até era interessante, e mais até se poderia dizer que os amigos eram maus, eram traidores, eram incitadores de golpes de estado, porque também queriam o brinquedo… mas a realidade é algo um pouco diferente, porque é necessário a partilha, e aí há que saber abdicar de algo que consideram como sendo só deles. Sem olhar para o outro lado, digamos que se calhar até era interessante estes meninos terem um pais só deles, onde pudessem mandar sempre, e fazer o que lhe apetecesse…
Ao olhar para o outro lado, mais para a esquerda, a visão também não nos leva no bom caminho. Não que seja condenável a possibilidade de haver aqui um entendimento para que todos possam partilhar o “brinquedo”, mas antes pela falta de capacidade de encontrar uma forma de partilhar a forma de “brincar”, porque há quem tenha uma ideia fixa, e dela não abdica, mas assim nunca será parte da solução, e por muito que nos custe, é preciso encontrar um caminho comum, que pode fugir às nossas ideias puras, mas que pode ajudar a encontrar soluções.
Se a crítica para a esquerda é pelo facto das ideias fixas serem superiores a eventuais compromissos, se a destruição ser superior à construção, por outro lado, para a direita não há princípios… ou melhor existe um, o poder, e logo tudo se esquece em termos de ideologia e de convicções.
Hoje ao tomar conhecimento de mais um conjunto de nomeações, de colocação de elementos dos partidos, em lugares importantes do estado, pergunto-me onde está a iniciativa privada dos elementos constituintes dos partidos da nossa direita? Porque é que o emprego de alguém que clama o empreendedorismo, a iniciativa para a criação e gestão de empresas, tem que ser obtido no setor público? Pois, entre aquilo que se diz, e o que realmente se é capaz de fazer existe uma grande diferença, porque nem todos os que clamam no sentido de servirem o estado, estão a desempenhar esse papel, mas ao invés estão a servir-se do estado (todos nós) para fins próprios.

Era interessante que todos assumissem as ações, e não pregassem no sentido de tentar enganar os vizinhos, porque tal só vai funcionar enquanto a população não vir o quadro completo. É-me indiferente que me mostrem as mudanças de opinião, ou ações em sentido oposto ao prometido do lado do adversário, porque quem as revela tem no seu campo ainda mais telhados de vidro. No entanto é tudo uma questão de comunicação, e nesse aspeto um espetro politico “trabalha” muito bem, pois consegue ao mesmo tempo que desempenha as suas funções de empreendedor e grande gestor, também efetuar comentários em relação ao vizinho que acusa de ser oportunista, e que manda para trabalhar… e no tempo do elaborado comentário, o que está a fazer? Campanha para conquistar um lugar de assessor num dado governo? Talvez….

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